QUINTA EDIÇÃO RESPORTAGEM ESPECIAL DE CAPA - FORMATO BLOG
Mary Sheyla e sua trajetória brilhante na TV e no cinema
Reportagem de Rodrigo T Ribeiro.
Uma artista carioca que tem muito a dizer, e a Publish tem a honra de contar com esta figura pública de grande relevância na nossa edição especial do Mês da Consciência Negra. Atriz premiada pelo cinema nacional conta sua história de resiliência e versatilidade artística, do teatro comunitário às grandes produções. A história de Mary Sheyla é um testemunho vivo de como o talento, quando nutrido pela oportunidade certa, pode transformar vidas. Nascida e criada no Vidigal, Rio de Janeiro, a atriz encontrou no grupo teatral Nós do Morro o primeiro palco para seu talento, que mais tarde a levaria às maiores produções do cinema e da televisão brasileira.
Conquistas no Cinema Nacional
A carreira cinematográfica de Mary Sheyla é pontilhada de sucessos e reconhecimentos. Seu primeiro papel no cinema foi no aclamado Orfeu, de Cacá Diegues, mas foi com Anjos do Sol , filme da Netflix ,
que ela alcançou um de seus maiores reconhecimentos: o Kikito de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Gramado .
Além desse importante prêmio, a atriz coleciona outras honrarias em sua trajetória, incluindo o Brazilian Film Festival of Miami como Melhor Atriz Coadjuvante por “A Breve Estória de Cândido Sampaio". Sua filmografia extensa inclui participações em produções importantes como Cidade de Deus, Cidade dos Homens, A Grande Família - O Filme, Mussum, o Filmis e diversos outros projetos que consolidaram sua presença no cinema nacional.
Televisão e representatividade Na televisão, Mary Sheyla ganhou notoriedade nacional com personagens marcantes, como a Whitney de A Lua Me Disse, papel que gerou importantes discussões sobre racismo e identidade negra na sociedade brasileira.
A personagem uma Jovem negra com comportamentos racistas, trouxe à tona questões delicadas sobre autoestima e preconceito racial e garantiu à atriz o Troféu Raça Negra como Atriz do Ano em 2005.
Família sinônimo de sagrado
Com a maturidade artística conquistada ao longo dos anos, Mary mantém uma postura serena em relação ao futuro. Sem se prender a planos rigidamente estabelecidos, ela prefere manter-se aberta às oportunidades que surgem, sempre com o compromisso de contar histórias que representem as diversas faces da mulher brasileira (seja ela moradora da favela, profissional de classe média , dona de casa e/ou
mãe, papel que vive e empresta a arte. Nesta linda foto, a atriz Mary Sheyla ao lado do marido Aldemir Silva e da caçula Maria Luyza, comemora os 15 anos da filha Esther.
Mary Sheyla passou por um grande desafio familiar, a atriz foi contaminada com covid-19 na reta final da gestação da bebê e teve parto prematuro de Maria Luyza.
“Minha família, minha força tudo se resume ao coração explodindo de gratidão“ declarou Mary Sheyla que venceu esse difícil desafio. O apoio de amigos e fãs também foi uma corrente do bem que a ajudou a atravessar esse obstáculo.
A maternidade e a arte
Uma curiosidade, Mary Sheyla interpretou diferentes personagens mães em novelas da TV Globo, como Abena em Nos Tempos do Imperador, Márcia em Elas por Elas e Jussara em Todas as Flores: Abena casada com Balthazar e mãe de Guebo.
Abena trabalha como lavadeira na Pequena África e ajuda ao lado do marido na fuga de escravizados e resgate de escravos refugiados.
Márcia Em Elas por Elas, Márcia é a mãe biológica de Tony e Vic, mas deixou a família quando os filhos eram pequenos devido a depressão pós-parto. Márcia tenta se reaproximar dos filhos com a ajuda de Eugênia, uma professora.
Jussara Em Todas as Flores, Jussara é casada com Oberdan e mãe de Celinho. Jussara e Oberdan são um casal amado do pagode. Uma mãe leoa, mulher de fibra e muito extravagante.
Consciência e projetos futuros
Enfrentando o racismo na indústria Mary não se furta a discutir as dificuldades enfrentadas por artistas negros no meio artístico. Ela reconhece a existência do racismo estrutural na indústria do entretenimento, destacando especialmente o racismo velado, que se manifesta na falta de oportunidades e no constante questionamento sobre as capacidades dos artistas negros. Apesar dos desafios, ela mantém uma postura otimista e combativa, reconhecendo os avanços na representatividade negra na televisão brasileira, mesmo que ainda haja muito a ser conquistado.
Com bom humor, a atriz compara a vida artística a uma fila que recomeça ao término de cada projeto, e destaca como sua fé ajuda a enfrentar esses períodos com menos ansiedade e mais confiança no futuro. Entre os projetos futuros, Mary Sheyla revela um desejo especial que tem ocupado seus pensamentos nos últimos tempos: realizar seu primeiro monólogo teatral. Para a artista, que já transitou por diversos formatos ao longo de sua carreira, enfrentar o palco sozinha representa uma espécie de rito de passagem, o que ela carinhosamente chama de "maior idade" do ator. Vamos acompanhar os próximos passos de Mary Sheyla que com certeza nos surpreenderá com novos projetos e realizações.
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